quinta-feira, 30/07/2020
A Escola de Medicina
apresenta o seu novo currículo para o Mestrado Integrado em Medicina, com uma
reforma que continua o percurso inovador iniciado há quase 20 anos. A missão
continua a ser formar os médicos do futuro.
A Escola de Medicina da
Universidade do Minho tem um novo plano de estudos, o MinhoMD, que começará já
a ser implementado no próximo ano letivo. Conhecida pelo método de ensino
inovador, a Escola de Medicina cria um currículo mais diversificado e que
permitirá aos seus estudantes terem mais autonomia na escolha do seu percurso.
Podem encontrar o Plano de Estudos na imagem lateral ou no fundo da página.
O MinhoMD está desenhado
sob o mote “preparar hoje os médicos que
o futuro precisa”. A prática da medicina está a mudar rapidamente e o
ensino médico tem de acompanhar essa mudança. Nos últimos 3 anos, partindo
desta constatação e da recolha de contributos alargados de docentes, alunos e
ex-alunos, pacientes, gestores de instituições de saúde, médicos e outros
profissionais de saúde, foi desenhado um plano curricular totalmente inovador.
O objetivo é formar médicos versáteis, multidisciplinares, dotados de elevada
capacidade de raciocínio, excelentes comunicadores e com grandes capacidades
humanas.
No
ano letivo 2020/21, o MinhoMD entrará em vigor para os alunos do 1.º e 4.º
anos.
Ensino mais personalizado e opcional
O novo currículo é
altamente focado no estudante e permite aos nossos alunos explorarem e
desenvolverem todos os seus interesses e potencial. Assim, os estudantes são
responsáveis pela definição do seu próprio currículo, desenhando o seu percurso
através de unidades opcionais (que constituem cerca de 20% do total), incluindo
a possibilidade de frequentar majors e minors em áreas diversas
(como economia, gestão, ciência de dados ou investigação biomédica) ou de
participar em iniciativas de voluntariado, ERASMUS+, investigação ou outras
atividades, ou definindo o seu ritmo de conclusão do curso (que pode ser
concluído em menos tempo ou estendido com a realização de doutoramento durante
o curso).
A capacidade de definirem
o seu próprio ritmo permite aos alunos realizarem o curso em apenas cinco anos.
Como é que isto acontece? Os alunos que pretendam antecipar a conclusão de
curso terão de realizar unidades curriculares durante o período que normalmente
não é letivo, isto é, por exemplo, durante as férias do verão. As unidades
passíveis de serem realizadas nesses momentos estão previamente definidas e são
essencialmente as opcionais, que dão liberdade aos alunos de desenvolverem
projetos numa ou em várias áreas do seu interesse, durante um ano letivo ou
noutra altura que o aluno pretenda.
O plano de estudos
acarreta agora um leque de opções maiores e que coadunam com a capacidade de
criar médicos diferenciados e profissionais de saúde vocacionados para áreas
como a economia, a gestão ou a informática, por exemplo. Além das diferentes
experiências e realidades com que o aluno se cruza, o próprio percurso dita uma
maior capacitação do futuro médico.
Que mais traz de novo para os estudantes?
A pergunta clássica: há
mais contacto com a clínica? Indo diretamente à questão: sim. Um dos pontos
mais distintivos do novo currículo é a antecipação do contacto com a clínica
(hospitais, centros de saúde) desde a entrada no curso.
Mas não é só aí que
fazemos grandes mudanças para melhorarmos ainda mais a nossa formação. Além da
flexibilidade e liberdade de cada aluno na definição do seu percurso, cada
estudante terá, no curso, um ano inteiro opcional. Este ano opcional ajuda a
construir conhecimento noutras áreas (mesmo que não se relacionem com Medicina
ou Saúde diretamente) e ganhar novas experiências e competências.
Como dizia o nosso fundador, Professor Joaquim
Pinto Machado: “nada do que é humano é estranho ao médico”
Somos também muito
referenciados pela nossa ligação à investigação – e o ICVS, o nosso centro de
investigação, é no mesmo edifício – e neste currículo esse esforço de dar
oportunidades de fazer investigação científica sai reforçado.
O nosso método de ensino
sempre foi inovador e procurou dar as melhores ferramentas para criar médicos
com um raciocínio clínico eficaz e competências transversais. Com o MinhoMD
vamos mais longe na forma como os estudantes aprendem.
Em vez de memorizar
doenças (sinais e sintomas, meios de diagnóstico, tratamento e gestão do
doente) e depois perceber se se enquadram nos sintomas do doente, o aluno
aprende a pensar a partir daquilo que as pessoas transmitem numa consulta ou
urgência, por exemplo. Ou seja, o raciocínio parte da queixa do doente e, a
partir daí, o estudante deve chegar ao diagnóstico e ao tratamento - exatamente
como os doentes que procuram auxílio nas unidades de saúde. Além de ser muito
mais relevante para a prática médica futura, é também de referir que esta abordagem
é muito mais próxima do modo como é realizado atualmente o exame de acesso às
especialidades médicas (em que os alunos da escola de medicina da Universidade
do Minho têm tido nos últimos dez anos sempre as melhores classificações
médias).
O que muda nas grandes áreas curriculares? E como
é o ensino?
A nossa diferença já era
notória pelo nosso foco nas Artes e Humanidades, que têm um espaço relevante na
formação dos nossos estudantes. Agora, o MinhoMD inova também nas suas quatro
grandes áreas em que assenta: Ciências
Biomédicas, Ciências Clínicas, Ciência dos Sistemas de Saúde e Humanidades. Destacamos em particular a inclusão da
ciência dos sistemas de saúde, em linha com as recomendações internacionais
mais recentes, que traz uma abordagem mais focada na obtenção de ganhos em
saúde.
Nenhuma área se
autoexclui ou funciona isolada, o que também dá conta da interdisciplinaridade
e importância de cruzamento de todas estas áreas do ensino da Medicina. É
dentro destas quatro áreas que encontramos sete pilares essenciais em todo o
percurso e aprendizagem na Escola de Medicina: Princípios da Medicina; Competências Clínicas; Medicina Preventiva e
Saúde Comunitária; Ciência dos Sistemas de Saúde; Tecnologia Aplicada à
Medicina; Medicina baseada na Investigação e na Evidência; e Ética,
Profissionalismo e Humanidades.
Existem muitas diferenças
no percurso e no que vais encontrar. O ensino foca-se na aprendizagem através
de casos clínicos (CBL, na sigla inglesa) e de atividades mais práticas. O CBL
será uma das grandes inovações, com uma presença constante na aprendizagem dos
alunos. Este método permite aproximar os futuros médicos da realidade clínica,
colocando-os perante casos existentes e promovendo o raciocínio clínico de
forma mais acutilante.
Desde o início que será
dedicado tempo ao Perfil Académico. Esta nova unidade pretende dar ao estudante
um espaço para o desenvolvimento de projetos, criação de portefólio com o
trabalho desenvolvido fora do espaço letivo e promover o contacto com a
comunidade e o envolvimento na sociedade.
O ensino continua a
procurar o debate e a estimulação da autonomia e investigação de cada aluno,
tentando desenvolver as capacidades de aquisição de conhecimento. Importa não
esquecer a relevância dos parceiros clínicos, que dão espaço e oportunidade
para a aprendizagem em contexto hospitalar e dão aos estudantes uma experiência
imprescindível na formação médica.
Com o MinhoMD, tu escolhes o teu
percurso.