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João Cerqueira: “É um currículo que responde aos problemas e anseios levantados pelos alunos” Voltar

quinta-feira, 30/07/2020   
Medicina
O diretor do Mestrado Integrado em Medicina explica como funciona o novo currículo da Escola de Medicina da Universidade do Minho e quais as suas principais vantagens. E ainda acrescenta: “fazia novamente o curso de bom grado”.
Quando a Escola de Medicina (EM) celebra 20 anos, atualizamos o currículo novamente para formar os médicos do futuro – apontando para os médicos de 2050. Como surge esta necessidade de reforma?
Nós percebemos que a Medicina e a maneira como os cuidados de saúde são prestados está a mudar muito rapidamente e que são exigidos aos médicos, e aos outros profissionais de saúde, novas competências que não estavam a ser cobertas pela maioria dos cursos de Medicina a nível mundial.

Por isso, pensámos que tínhamos de nos adaptar para começar a formar médicos com as competências que vão ser necessárias para exercer medicina no futuro.

Algumas das vantagens mais em foco é a criação de um ensino mais personalizado e de uma maior flexibilidade e autonomia ao estudante…

Por um lado, nós percebemos que uma das principais competências necessárias à medicina do futuro é uma grande capacidade de adaptação e flexibilidade. E mais do que dar os conhecimentos, sem descurar essa componente, é importante incentivarmos a capacidade de raciocínio e de compreender os problemas e de os resolver.

Por isso também percebemos que além de oferecermos novas competências, o modo como ensinamos também tem de ser adaptado para podermos corresponder. O próprio processo de ensino é focado num acompanhamento mais personalizado de cada estudante, com grande flexibilidade. Isto traz outras vantagens, já que cada aluno vai poder desenhar o seu percurso de acordo com as suas preferências, os seus interesses e o seu projeto de carreira. E cada aluno vai também ser ajudado a perceber isso - porque não é fácil por vezes decidir o que queremos no futuro. Nós vamos dar formação e acompanhamento aos alunos para que eles possam desenvolver todo o seu potencial, perceber qual é e maximizá-lo.

Estas novidades também são relevantes para um papel mais diversificado dos médicos?

A possibilidade de os estudantes adaptarem o percurso aos seus interesses e à sua perspetiva de carreira é muito importante também por esse papel cada vez mais diverso dos médicos no sistema de saúde. Ou seja, os médicos não são apenas especialistas de uma determinada área. Mas têm papéis cada vez mais diferenciados, como na gestão ou nas tecnologias para a saúde.

E por isto, nós começámos a incorporar, no trajeto tradicional de medicina, percursos diversos que incluem majors e minors que nós desenvolvemos com a economia, a gestão ou a programação.

É uma vantagem por alargar bastante o espetro de formação que os nossos estudantes vão ter no seu futuro profissional e também conseguem ocupar outras posições nos cuidados de saúde, para as quais os médicos vão ser cada vez mais requisitados.

Voltando ao início do processo de construção do MinhoMD, uma das grandes virtudes foi a capacidade de juntar toda a comunidade interna e externa. Qual é a importância disso para a forma como está desenhada e também para a forma como corresponde às expetativas dos alunos?

Este currículo foi desenhado com a participação de muitas pessoas de várias sensibilidades e de várias áreas. Foram ouvidos não só os docentes da casa, mas também os alunos, antigos alunos, funcionários, responsáveis das administrações de hospitais e centros de saúde, parceiros, associações de doentes, e muitos outros.

E, portanto, é um currículo desenhado tendo por base a opinião de diversas sensibilidades e contextos, e que não só pretende dar resposta ao que é necessário por parte do sistema de saúde e dos doentes, mas também responde de maneira muito concreta a um conjunto de problemas e anseios levantados por alunos e antigos alunos.

Uma das grandes preocupações que nós temos, por exemplo, é o bem-estar do aluno. Promovemos o seu bem-estar emocional, temos um horário adaptado ao estilo de vida dos estudantes e ao seu ritmo.

Por último, este era o curso que gostava de ter feito quando se formou em Medicina?

[risos] Sem dúvida. Eu posso dizer que, de bom grado, voltava a fazer o curso de Medicina.
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