06/04/2023 - 06/04/2024
O curso “Humanitarian Medicine - Thinking Global, Acting Local”,
inserido na oferta educativa da Escola de Medicina, foi distinguido na passada quarta-feira
com o Arqus Teaching Excellence Award for enabling Students. Um prémio que
pretende captar a atenção para práticas locais que contribuem para o
desenvolvimento do ensino e aprendizagem em ambientes universitários cada vez
mais complexos.
“Sonhado, idealizado e implementado por estudantes e ex-estudantes e
direcionado a estudantes” é assim que Margarida Correia-Neves, docente e
coordenadora, descreve o curso que teve origem na necessidade sentida por um
grupo de estudantes e ex-estudantes da Escola de Medicina da Universidade do
Minho para complementar a educação médica em questões sociais e humanitárias.
“Os estudantes sentem a necessidade de estarem expostos a estas
experiências e situações e desenvolver estratégias para que no futuro consigam
lidar com as divergências humanísticas que vão surgir ao longo da carreira como
profissional de saúde. As ideias para o futuro passam por alargar partes do
curso a todos os estudantes com o auxílio de, por exemplo, seminários e debates.”,
explica a Professora Margarida Correia-Neves.
“A Escola receber este prémio é importante, porque esta aliança não
se dedica apenas à área de Medicina e, como tal, foi um tema em que se percebe
que é necessário ser discutido. Esta distinção reforça a relevância de dar mais
oportunidades aos estudantes de contribuírem na sua formação e dos colegas,
visto que este curso foi desenvolvido quase inteiramente por estudantes e
ex-estudantes. Acrescentou ainda “Eu recebi o prémio, mas o meu papel neste
processo foi acreditar nos estudantes e no trabalho que iriam desenvolver”.
Estes estudantes e ex-estudantes criaram, em 2017, a “Associação de
Voluntariado Porta Nova” para desenvolver iniciativas com o objetivo de
aprimorar os conhecimentos sobre as desigualdades no acesso à saúde. Esta
Associação promove projetos de voluntariado locais e internacionais para
melhorar a formação de como trabalhar em regiões desfavorecidas e com pacientes
que pertencem a diversas minorias. Com o sucesso da Associação de Voluntariado
Porta Nova, o mesmo grupo de estudantes e ex-estudantes desafiaram a Prof
Margarida Correia-Neves a coorganizar o curso “Humanitarian Medicine - Thinking
Global, Acting Local”. Sob o lema “Por uma medicina mais humanitária” o curso
inclui aspetos sobre medicina humanitária, humanismo em saúde e direitos humanos
que se encontravam pouco explorados no currículo do Mestrado Integrado em
Medicina. Os conhecimentos e competências a adquirir são necessários para atuar
numa sociedade multicultural, tanto na unidade de saúde de cada um como nas
missões humanitárias de prisma nacional e no estrangeiro. O curso incentiva a
aquisição de conhecimento sobre diversas culturas para melhorar a capacidade de
adaptar a atitude prestando nos cuidados de saúde com equidade de acordo com as
singularidades culturais de cada paciente.
Quanto aos objetivos deste curso não são estanques à realização de
missões humanitárias. Na realidade, este curso procurar “suprir necessidades
formativas em áreas temáticas do humanismo em saúde que vão para além do
habitual core-curriculum dos futuros médicos”, como evidenciou o Professor
Jorge Hernâni Eusébio, coordenador deste curso.
O também docente da Escola de Medicina acrescenta que “ao longo da
participação neste curso, os estudantes têm a oportunidade de aprender “diversos
tópicos abordados estarão na agenda do futuro médico mais cedo ou mais tarde.
Desde a discussão dos cuidados de saúde a prestar a trabalhadores do sexo, a
reclusos ou ex-reclusos, a toxicodependentes, a refugiados ou ainda à
comunicação com a maior minoria étnica portuguesa - a comunidade cigana. Pensar
fora da caixa e ver a ‘big picture’ social, cultural e espiritual dos nossos
possíveis doentes também faz parte dos nossos objetivos – por isso foram
incluídas aulas de economia social, condicionalismos religiosos e culturas minoritárias.
Acreditamos que um médico que não consegue sair da sua bolha e não sabe o meio
em que está inserido, não vai interpretar bem a comunidade na qual exerce as
suas funções”.
A equipa premiada com o Arqus Teaching Excellence Award é constituída
por:
- Margarida Correia-Neves – Professora Catedrática da Escola de Medicina
da Universidade do Minho;
- Jorge Hernâni-Eusébio – Médico de Família e Assistente Convidado na
Escola de Medicina da Universidade do Minho;
- Carolina Lopes – Médica Interna de Medicina Interna e Monitora na
Escola de Medicina da Universidade do Minho;
- Carolina Martins – Médica Interna de Formação Geral e Monitora na
Escola de Medicina da Universidade do Minho;
- Duarte Baptista – Médico e Monitor na Escola de Medicina da Universidade
do Minho;
- Nuno Madureira – Médico Interno de Medicina Física e Reabilitação e
Monitor na Escola de Medicina da Universidade do Minho;
- Beatriz Costa – Estudante de 5.º ano na Escola de Medicina da
Universidade do Minho;
- Célia Araújo – Estudante de 6.º Ano na Escola de Medicina da
Universidade do Minho.
Coordenação da Medicina Humanitária
Ano Letivo
2021/2022 – Margarida Correia-Neves e Jorge
Hernâni-Eusébio
2022/2023 – Jorge Hernâni-Eusébio e Carolina Lopes