quarta-feira, 16/11/2022
O investigador do ICVS da Escola de Medicina, Tiago Gil Oliveira, é distinguido com o prémio Pfizer 2022, atribuído pela farmacêutica e pela Sociedade das Ciências Médicas de Lisboa. A verba de 30 mil euros permite que o investigador continue a desenvolver investigação na área das doenças neurodegenerativas, mais especificamente a doença de Alzheimer.
O
projeto tem como um dos grandes focos, a tentativa de perceber quais são as regiões
do cérebro mais suscetíveis ou mais resistentes a doenças neurodegenerativas.
"Neste
trabalho, que foi premiado, utilizámos uma metodologia em que nós tirámos
partido de uma colaboração de diferentes centros que se dedicam à recolha
neuropatológica dos cérebros já depois dos doentes falecerem. Fazemos então um
trabalho de pesquisa no passado destes doentes, enquanto estavam vivos, de
forma a avaliar as ressonâncias magnéticas cerebrais e também outros aspetos da
apresentação clínica destes doentes”, explica Tiago Gil Oliveira.
O objetivo
da investigação em causa é “utilizar estas informações e comparar quais é que
são as características clínicas que os pacientes apresentam, enquanto estão
vivos, e que se relacionam com a da doença de Alzheimer” destaca o jovem
investigador.
A comparação estende-se “a outras condições neuropatológicas,
como a tauopatia primária relacionada com a idade”, conseguindo assim encontrar
“aspetos diferenciadores” ao nível do diagnóstico, o que poderá ter impacto num
futuro próximo na implementação de estratégias de tratamento mais específicas e
direcionadas a cada doente.
Quanto
ao prémio que conta com uma vasta história a nível nacional e que contém também
um enorme prestígio nas ciências biomédicas em Portugal, o investigador realça
o “enorme orgulho” desta distinção.
“É um trabalho de muitos anos, de
colaboração a nível internacional e é um esforço bastante grande de ser
médico-cientista. Devo dizer que é um grande sacrifício, a vários níveis, para
a nossa equipa conjugar a prática médica e a investigação, mas este prémio é
uma motivação para continuarmos a fazer o nosso trabalho.”, acrescenta o
investigador.
Depois
de, na passada semana, ter sido reconhecido com a Bolsa D. Manuel de Mello 2022
o nosso investigador vê uma vez mais, o seu trabalho e da sua equipa de
investigação, reconhecido.
Sobre a Doença de Alzheimer
A
Doença de Alzheimer é um tipo de demência que provoca uma deterioração global,
progressiva e irreversível de diversas funções cognitivas (memória, atenção,
concentração, linguagem, pensamento, entre outras).
Esta
deterioração tem como consequências alterações no comportamento, na
personalidade e na capacidade funcional da pessoa, dificultando a realização
das suas atividades de vida diária.